E DEIXAMOS O LIVRE ARBÍTRIO NOS GUIAR

Ouvi uma atriz dizer: “- Eles vivem a vontade no mundo” – ela estava se referindo a um casal de personagens, que permite que os filhos façam coisas erradas, desaprovadas pela moral comum e que não percebem maldade nisto.

O problema em viver a vida como se tivessemos vindo a passeio, é o tempo relativamente curto. Os anos vão passando rapidamente e, só vamos dar conta quando a energia vital não é mais a mesma.

Outro ponto importante, é valorizarmos o que é realmente necessário. De tempo em tempo temos que reavaliar nossos valores e traçar novas metas, conforme nosso amadurecimento. Desta maneira é importante ser persistente, porque antes deste processo a persitência pode ser confundida com a teimosia.

Salvador Dali, pintor espanhol retratou em um de seus quadros a preocupação do homem com a questão do tempo e a memória, mas afirmou também, que este quadro era para que ele jamais fosse esquecido. Ele já tinha a paisagem de fundo do quadro pronta e apenas em duas horas finalizou o quadro que hoje é um dos mais famosos do século XX. Duas horas…se tivessemos míseros vinte minutos por dia para nos tornarmos “lembrados”…que benção.

Continuamos priorizando as coisas que temos certeza que não nos levam a nada e deixamos o livre arbitrio nos guiar, esquecendo sempre que Deus nos dá a liberdade, mas qua jamais nos deixa de assistir. Ele nos conhece e persiste em nos cuidar, portanto temos que aprender a ser persistentes também e pelo menos fazer por merecer essa paciência divina.

SIMPLESMENTE PORQUE SOMOS SERES INDIVIDUAIS

Isto é bem claro, se olharmos dentro de nossa própria casa, vamos perceber que nem todos estão no mesmo grau de evolução. Então ampliamos mais e, levamos esta análise para a escola, o ambiente de trabalho, o grupo de amigos e assim por diante.

A família nos dá a base para caminharmos, suas tradições e valores nos orientam dentro da sociedade, desta forma vamos aperfeiçoando nossa noção de “certo” e “errado”.
Quebrar tradições em prol de uma melhora intelectual e moral é muito louvável, mas se for simplesmente para externar nosso egoísmo e orgulho…que continuemos sendo “quadrados”.

O livre arbitrio faz com que cada um, a seu tempo, evolua como achar conveniente, porque somos seres individuais. Alguns exageram na parte intelectual e se esquecem da moral, tornam-se seres “inteligentes” e arrogantes, outros exageram na parte moral e despresam a parte intectual e, acabam se tornando fanáticos.

O fato é que Deus é tão bondoso, que sabendo de nossa condição e caminhada em busca do amor verdadeiro, nos dá tempo e exemplo aos montes. Nos enviou grandes mestres, entre eles Jesus. Então desde sua passagem há pouco mais de 2.000 anos, vamos tentando entender seus ensinamentos. Mas como a criação divina nunca para, teremos sempre que conviver com as desigualdades de evolução e, desta forma entender que não nascemos perfeitos e temos muito ainda que aprender, visto que não conseguimos entender o “básico” em dois milênios.

...E CADA UM USA DE MANEIRA PRÓPRIA

O isolamento é uma das características do estado de depressão, essa vontade de se isolar.
E quando nos isolamos nos tornamos reféns de nosso próprio Ego, que nos castiga com pensamentos destrutivos. É a nossa própria mente trabalhando contra nós.

Há também os que não se isolam, e fazem justamente ao contrário, tentam chamar a atenção das pessoas desesperadamente. Exageros, escandalos, excessos...Muitas vezes consideradas loucas e exibidas, estão apenas camuflando a mesma solidão do silencioso, mas de forma diferente.

É importante lembrar que somos todos seres filhos de um mesmo criador, e que somos tão iguais aos outros, mais do que podemos imaginar, e cada um usa de maneira própria um jeito diferente de se expressar. Essa é a única diferença, cada um com suas limitações.

Sempre que nos sentimos solitários, devemos procurar os amigos e, até mesmo quando pensamos que o isolamento é a melhor solução, devemos procurar aqueles amigos mais íntimos, que nos permitem ficar ao lado em silêncio (ouvindo apenas o som de nossas almas), e de vez nos criticar, nos lançam apenas um delicioso sorriso.

MEDIÇÃO DE INTERVALOS OU PERÍODOS DE DURAÇÃO…

Será nossa vida dividida em períodos de tempo para facilitar nosso amadurecimento? Tal qual a escola, são vários anos, as tarefas vão se intensificando, se por ventura não nos dedicamos como deveria… reprovação. Nas escolas públicas, onde a qualidade de ensino não está próxima do que chamamos de ideal, mesmo que não estejam atingindas as metas…o sujeito passa de ano.

Curioso, pois na vida quando nos propomos a parar de julgar e a dar mais espaço para o perdão, os seres que convivem conosco “passam de ano” sem reprovação. Interessante? Ou estimulante? Assim, talvez muitos aprendam através do exemplo e não dos erros.

A Antroposofia – do grego "conhecimento do ser humano"– sugere a divisão do tempo de nossas vidas em setênios (períodos de 7 anos de duração), onde vamos amadurecendo e cumprindo ciclos de evolução física e mental (“a realidade surge somente na união do espiritual e do físico” – Steiner). Muito interessante, e explicam ainda que, para algumas pessoas pode haver uma variação de 2 anos, como fosse uma margem de erro, uns para mais outros para menos.

Se o tempo é a medição de intervalos ou períodos de duração, só nos resta usar estes períodos da melhor forma possível. E ainda que aos trancos e barrancos, mesmo que reprovados pelos homens, na escola da vida Deus com certeza nos aprova, e olha que nossa vida não é uma escola pública, embora por vezes nos comportamos como se estivessemos em uma – com total descaso.